segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Rumo ao fundo do poço

Hoje em especial, me sinto mal, muito triste mesmo - o bom é que tenho controlado o choro e não fico mais choramingando pelos cantos, é uma tristeza calada só eu sinto, só eu sei a dimensão, não há o que fazer a não ser lutar contra isso, sozinha, sem ajuda de ninguém.

Não consegui ir pra aula hoje, tamanha tristeza, mas fiz das tripas coração e fui trabalhar, claro que minha tristeza estava estampada na cara, mas não fiquei reclamando a ninguém, sabe, percebi que as pessoas pouco se importam com as outras na hora em que elas mais precisam.

Quando eu não tinha depressão e tinha carro e outras coisinhas mais, não me faltavam amigos, agora que estou no fundo do poço não aparece ninguém, nenhum telefonema, nem dos irmãos de sangue, nem dos irmãos da igreja, quem dirá amigos.

Fase difícil, parece até que estou no deserto. O melhor é pensar que um dia melhora. Meu marido esta cuidando da saúde dele, esta com falta de hormônio, falta de vitaminas, problemas no ouvido e esta tratando. Minha mãe esta mais calma esta semana, ela sabe da minha depressão e acompanha minha dor, dela não dá pra esconder, mãe é mãe, mesmo velhinha.

Ela reclama do abandono dos meus irmãos, e isso na verdade é o que desencadeou minha tristeza e eu não consigo superar, por mais que eu tente entender, afinal é opção deles. Tenho que aceitar.

Nossa situação financeira esta de mal a pior, conta negativa, ainda dormindo no chão, sem condições para comprar uma cama que nos aguente (estamos acima do peso), queria terminar os ajustes da reforma da casa, nada chic não, apenas um box no banheiro para que toda vez que tomarmos banho não alagar tudo. Meu sofá coitado, em estado de putrefação, minha TV da sala quebrou pela milésima vez, ainda de tubo, não adianta consertar, estou com uma TV pequena da sogra emprestada.

Isso pode parecer pequeno para quem lê, mas eu queria muito ter minhas coisas arrumadinhas, sou muito caprichosa e adoro cuidar da casa, mas minha falta de dinheiro esta tão feia que não consigo fazer as mínimas coisas.

Roupas então, estou aos cacarecos, tenho vergonha de ir trabalhar, mas lá eles sabem das minhas condições.

Não estou conseguindo ir na igreja, sem forças pra orar, não aguento mais andar a pé, a igreja é longe e os ônibus onde moram são poucos e cheios.

Evito ao máximo reclamar para o marido, pois ele fica triste. Sinto falta de uma amigo de verdade, sinto falta dos meus irmãos que na verdade nunca foram irmão de verdade.

Vou dormir agora, sentindo que não há saída pra mim no momento. Quem sabe um dia, minha situação melhore.

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